quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O último malandro - Kid Morengueira...ou Moreira da Silva se voce preferir



 Houve um estilo. Houve um único representante legítimo deste estilo. O estilo é o samba de breque,  o único representante foi o saudoso Moreira da Silva. Eu era pequeno e meu pai me ensinou a ouvir. Eu achava engraçado  aquele cara cantando histórias, cantando aventuras com uma música de incontestável qualidade como pano de fundo. Aquele ritmo cadenciado, aquele telecotelecoteco típico do samba original. Samba com pandeiro,  com piano, com violão,  com super naipe de sopros onde o piston tira a surdina e põe as coisas no lugar. E a voz de Morengueira é claro. E Morengeira era o rei do gatilho, e enfrentava 007 e ganhava a Claudia Cardinalli. Há que se ouvir, tem que se ouvir Morengueira. Procure por aí, garimpe, ache! Vale a pena. E se voce tiver a imaginação sintonizada com a emoção, voce vai imaginar a época em que estes sambas foram gravados. E chorando vai se indagar, por que não se faz mais isto hoje? Ah, e com certeza vai jogar fora todos os discos de "samba" que fazem hoje por aí. Sem falar nas baixarias pornofônicas dos dias de hoje.
Alguns haverão de achar incocentes por demais as histórias contadas por Kid Moreira. Mas... o que há de errado na sutileza? Eu não entro neste mérito, e apenas peço que ouçam e deixem sua sensibilidade dar a última palavra. Eu achei na rede estes que aparecem nestas imagens. Imaginem voce a cena..."Na gafieira segue o baile calmamente, com muita gente dando volta no salão. Tudo vai bem, mas eis porém que de repente, um pé subiu e alguem de cara foi ao chão." O resto só ouvindo a deliciosa "Piston de gafieira". E assim, histórias, malandragem, puro Morenguira. E francamente não troco isto por nada que é feito hoje. Não senhor, nada chega aos pés da sutileza marota dos senhores da malandragem.



Abaixo deixo uma grande parceria com o Chico Buarque. Aproveitem e até mais. Ah, ia me esquecendo ouçam estes discos.