domingo, 14 de novembro de 2010

Transa - Caetano Veloso

Sou fã de Caetano desde meu nascimento, disto eu tenho certeza. Inclusive sou de uma geração que costumava esperar a musica que Caetano faria para o carnaval. Pois havia esta coisa da gente esperar a música de  Caetano para o carnaval. Bons tempos...boa música. Mas não é sobre o carnaval que quero falar. Quero apresentar um disco que acredito seja pouco conhecido por esta nova geração. Transa, foi lançado em 1972 e possui arranjos assinados por Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa, informações estas colhidas do próprio site do cantor. Eu comprei o vinil já no início dos anos oitenta. O que me prendeu logo de cara neste disco foi a sonoridade crua e quase minimalista, em minha opinião é claro. Quando coloquei pela primeira vez o vinil para tocar ( sim meninos, eu ouvi muito vinil, graças a Deus), pude sentir um clima de músicos se divertindo. Você quase vê os caras dentro de um estúdio em uma sessão animada regada a muito talento e inspiração. Basta ouvir o violão abrindo a primeira faixa. Um baixo e uma bateria econômica seguem logo depois na medida certa e Caetano entra...”You don’t know me”.O resto só ouvindo. Meninos, não se deixem enganar com a falsa simplicidade aparente aqui. Eu não devia falar, devia deixar como surpresa, mas não consigo...A maravilhosa voz de Gal Costa completa o cenário.  Só mesmo Caetano para falar de reague em um adorável tema jazzístico ( para meus ouvidos, não me condenem) chamado “Nine out of tem”. Acho fantástica a parceria Caetano e Gregório de Mattos em “Triste Bahia”. O ritmo no final desta música, crescendo entre afoxé e capoeira, me fez imaginar o poeta em uma roda de capoeira  no mercado modelo ( devo estar trêbado agora ao escrever isto). A percussão dança em nossa mente enquanto o violão continua presente e forte em acordes  num ritmo constante. É quase rústico, quase em nosso quintal.  “It’s a long way” dá uma chegada no sertão. Mesmo sem sanfona, mesmo ainda com percussão e violão dominando a cena, a poesia nos fala dos óios da cobra verde que só hoje arreparei. Quando acaba este tema, uma pulsação estranha vem do contrabaixo. Só o baixo, pulsando, um coração ditando qual será o ritmo. Um ritmo magoado, de Monsueto Menezes. Seria um  "samba canção"  em sua origem? Não sei...descubram meninos! Sei que este disco “Mora na filosofia” . “Neolithic man” vem logo depois. Não sei se tenho uma faixa preferida neste disco, mas esta tem meu carinho especial. Por que? Não sei. Acho que por que na primeira vez que a ouvi, ela entortou minha percepção. Eu não sabia como definir o que estava ouvido. Simplesmente estava gostando. E o final caótico, afirmando que minha "vovó só tem pelanca só", enquanto a percussão castiga. E finalmente a “Nostalgia”. Claro,  para quem não sabe ainda...Caetano é rock,blues,xote,xaxado,samba e baião. Para finalizar, costumo dizer aos meus amigos,  não se conhece Caetano se ainda não se ouviu  “Transa”.

6 comentários:

  1. Man, uma das vezes que ouvi este disco foi com você e Jaime lá na casa da avó dele no Calabar, lembra um festival que íamos partipar? Pois é, isso foi em 1986 e só rolou este disco na vitrola. Fazendo nossos corações e mentes despertarem o criativo, a beleza de ouvir uma boa música. Eu lembro desse dia que ficou marcado até hoje, tomamos todas até altas horas ouvindo esse som maravilhoso. Parabéns pelo Blog.

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  2. Valeu brother. Obrigado por adentrar neste espaço que está sendo construido para os amigos. Minha casa é sua casa. E aguarde contato, o som vai rolar.

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  3. Olá! Quero te adicionar na minha lista de amigos para podermos trocar notícias.

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  4. Olá Marivan,já sou seguidor de um de seus blogs, pode me adicionar. Vamos aumentar esta rede de conhecimento e diversão e cultura. Caso dependa de alguma ação minha para efetivar a adição é só me informar.

    Abraços.

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  5. Jota, parei e ouvi todo o cd é realmente muito bom e eu não conhecia essa "faceta" (lá ele) de Caetano.

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  6. Valeu garoto. Obrigado pela passagem ilustre em meu espaço musical. Bom que tenha escutado o disco,é isto que eu quero. Quero que ouçam este disco...ele é muito bom.
    Abraços.

    E viva o "Porra Man".

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