sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Jurei mentiras - Secos & Molhados

O ano era 1973, e eu tinha 10 anos de vida. Aí alguém ligou o rádio e eu escutei uma voz tão aguda quanto a minha tristeza, começar a cantar uma canção que falava em “jurar mentiras e seguir sozinho”. Eu não sabia ainda como jurar mentiras, mas já sentia a solidão. De quem era aquela voz ainda sem rosto? Era voz de um homem  ou de uma mulher? Todos queriam ver o dono ou dona da voz. E para  surpresa e deleite dos olhos ansiosos ( inclusive e principalmente os meus ) a televisão mostrou em cores para alguns felizardos, e em preto e branco para mim e a grande maioria da época. Mas, colorido ou em preto e branco, o sôco no estômago foi o mesmo.  Ali estava para  que todos vissem....Secos e Molhados: João Ricardo ( violões de 6 e 12 cordas, harmônica de boca e vocal ) assinando a maioria das faixas,  Gerson Conrad ( violões  de 6 e 12 cordas  e vocal) , Marcelo  Frias ( Bateria e percussão – embora seja sempre deixado de lado quando se costuma falar da formação do grupo ele é membro da banda pelo menos neste disco, estando inclusive na foto da capa) e Ney Matogrosso ( o dono da voz, a voz do dono).
" Jurei mentiras e segui sozinho, assumo os pecados."
O disco homônimo identifica ao mesmo tempo a si mesmo e os seus criadores. Gostaria de colocar aqui  música a música para ilustrar e justificar meu encantamento. Mas deixo que a curiosidade  incentive a  procura. Lisérgico, poético, leve e pesado ao mesmo tempo, um progressivo de primeiríssima linha.  É tudo  que me ocorre ao tentar definir este disco. Para finalizar, deixo um ultimato...voce tem de ouvir este disco, é uma obra-prima fundamental.

Abraços.

Um comentário:

  1. Até para mim, que sou jovem (não tô lhe chamando de velho hehehe) é de arrepiar ver esse vídeo que deixou no final do post.

    Secos e Molhados deixou músicas imortalizadas e atemporais, poucos grupos musicais tem essa honra.

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